A Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) realizou na quinta-feira (12), no Hotel Intercontinental, na capital paulista, o “Café com mantenedores”, com a presença de 30 participantes. Durante o evento, a entidade apresentou os resultados de 2024, além das principais novidades para o próximo ano. “Ao todo, realizamos mais de 80 atividades diferentes. Ampliamos a entrega de valor aos associados, firmamos parcerias estratégicas com entidades do segmento, fortalecemos a autoridade nos assuntos mais relevantes do mercado e conquistamos um ambiente ainda mais favorável para networking, benchmarking e profissionalização”, destacou Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev. 

Projetos como o LACTE 19, que aconteceu em fevereiro, Reuniões Globais, prêmio Você Educa!, modernização da ID visual da Alagev, ações das setoriais, missão empresarial para o Chile e Espanha, reestruturação do aplicativo e participação na IMEX foram apontados como destaques deste ano, além do desenvolvimento do G-Summit, criação do Looping (programa de tarifas e benefícios para associados) e lançamento do curso para gestores de viagens sobre governança corporativa. 

A entidade também levou a maior delegação de profissionais brasileiros da última década para o Global Business Travel Association (GBTA), nos Estados Unidos, esteve presente na edição Las Vegas, participou da Abav Expo, Abav TravelSP e IBTM, reestruturou a equipe, promoveu o primeiro índex para guiar gestores em orçamentos, renovou o Acordo de Cooperação Técnica da Embratur e a elaborou o novo Regimento de Comunidades, Código de Ética e Manual de boas-práticas Durante o café, a Alagev mostrou que chegou a 540 associados com crescimento de 22%, sendo 5,6% de pessoas físicas, 36,3% de fornecedores e 58,1% de clientes, atingindo o público de 2.200 pessoas direta e indiretamente. 

“Para 2025, vamos fazer um conjunto de ações que garantem transparência, integridade e alinhamento com as melhores práticas de governança. Entre eles, reforçar relevância no setor por meio de iniciativas estratégicas que destacam o valor de ser associado ou mantenedor, promovem conexões significativas e incentivam a participação ativa de seus membros. Faremos a manutenção do equilíbrio orçamentário, garantindo a nossa saúde financeira e a promoção de todas as atividades durante o exercício”, ressaltou a diretora-executiva. 

Durante o café, Luana passou a palavra para Guilherme Dietze, da FecomercioSP, que esclareceu as dúvidas dos participantes sobre o cenário econômico nacional. Ele destacou que o turismo atingiu R$ 203 bilhões em faturamento, superando o recorde de 2014. O mercado corporativo, que representa 64% desse resultado, alcançou R$ 130 bilhões, crescendo 5,5% no ano em relação ao mesmo período de 2023.

Apesar dos obstáculos como a volatilidade cambial e os custos operacionais elevados, o segmento segue em ascensão. O Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado em parceria com a Alagev, mostrou a projeção de atingir R$ 130,1 bilhões de faturamento em 2024, com crescimento de 5,5% em relação a 2023, atingindo um recorde. Durante a 16ª edição da Global Business Travel Association (GBTA), Suzanne Neufang, CEO da entidade, projetou que o Brasil deve encerrar 2024 com um faturamento anual estimado em R$ 165 bilhões, consolidando uma posição de destaque no cenário global.

Segundo ele, o Brasil enfrentará diversos desafios em 2025. O cenário será marcado pela pressão sobre os preços, exacerbada pela alta de juros, um ajuste fiscal ainda incerto e a falta de uma reforma tributária efetiva. A alta carga tributária, combinada com uma mão de obra escassa e uma baixa produtividade, contribui para a armadilha do baixo crescimento. “Espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça modestos 2% em 2025, sinalizando que a recuperação será lenta”, complementou o especialista.

Dietze também apontou que, por 2025 ser um ano pré-eleitoral, deve aumentar a incerteza política e econômica. A atuação do novo presidente do Banco Central também será um ponto de atenção, com possíveis mudanças na política monetária. As tensões globais, particularmente no cenário geopolítico e com a reeleição de Trump nos Estados Unidos, poderão afetar o Brasil, seja por meio de mudanças nas relações comerciais ou pela instabilidade nos mercados financeiros, conforme comentou o especialista da FecomercioSP

“Apesar do cenário desafiador, o mercado está em expansão. As empresas já definiram orçamentos para 2025 e estabeleceram agendas para as viagens de negócios. O setor continuará sendo um dos principais pilares da economia, com orçamentos mais cautelosos, mas com uma agenda definida, refletindo a busca por uma retomada gradual, adaptada às condições econômicas do momento”, completou Dietze.

Guilherme Dietze, da FecomercioSP, e Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev

Edição por Rose Cecilia