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As rochas das Cataratas são obra de antigos derrames de lava de mais de 134 milhões de anos (Foto: Silvana Canal MKT)
De 2 a 6 de junho de 2025, Foz do Iguaçu sediará a 1ª Conferência de Geologia e Mineração do Mercosul, parte do GeoMinE Foz, no Centro de Eventos do Mabu Thermas. O objetivo da conferência é atrair a atenção de pesquisadores, gestores e governos, principalmente dos países do Mercosul, como o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. A programação vai reunir geólogos, pesquisadores e cientistas nacionais e internacionais, inclui a realização do 13º Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia e o 9º Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados. O evento é realizado pela Sociedade Brasileira de Geologia, juntamente com os núcleos do Paraná e Rio Grande do Sul.
O evento também é destinado às comunidades científicas, universidades, escolas e empresários de diversos setores, como agronegócio, infraestrutura e turismo, promovendo debates sobre práticas sustentáveis e pesquisas inovadoras. “O evento é bastante eclético e terá diversos temas que podem agregar trabalhos, pesquisas e até despertar o interesse de universitários para a formação profissional”, destacou um dos organizadores, o geólogo Marcell Leonard Besser
Um tema bastante relevante durante o 13º Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia será a sessão que abordará geoparques e geoturismo. Serão apresentadas pesquisas e iniciativas voltadas à identificação, promoção e conservação da geodiversidade e do patrimônio geológico em áreas turísticas. “Este é um tema importante para ser discutido numa cidade turística como Foz do Iguaçu, que abriga as Cataratas do Iguaçu, resultado de uma erupção vulcânica, e a construção da Hidrelétrica de Itaipu, dois grandes atrativos turísticos com formações geológicas únicas”, completou o organizador.
Simpósio de Vulcanismo
Entre os dias 2 e 6 de junho de 2025, também será realizado o 9º Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados, um evento que promete reunir pesquisadores, profissionais, estudantes e entusiastas do tema. O simpósio terá como foco a apresentação de pesquisas e debates sobre vulcanismo e recursos minerais relacionados, promovendo uma rica troca de conhecimento e interação entre os participantes. O encontro busca destacar os avanços nas áreas de vulcanologia e suas conexões com recursos naturais, contribuindo para o desenvolvimento científico e profissional do setor.
Outra sessão temática contempla trabalhos relacionados ao estudo de fósseis e à evolução da vida no registro geológico. A paleontologia não está tão longe dos brasileiros. Em 2019, durante uma escavação na beira da estrada para escoar a água da chuva, foi encontrado um dos sítios paleontológicos mais importantes do Brasil, localizado em Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do Paraná. O local ficou famoso quando foi revelada a descoberta do primeiro dinossauro encontrado no Estado, o Vespersaurus paranaensis.
A descoberta do vulcão Tapalam, em 2019, na cidade de Marilândia do Sul, também no Paraná, ganhou destaque internacional com publicação na Bulletin of Volcanology, a mais antiga revista de vulcanologia, e ampla cobertura na mídia nacional. O vulcão, ativo há 134 milhões de anos, lançava lava a alturas superiores a três torres Eiffel empilhadas. A pesquisa foi conduzida pelo geólogo curitibano Marcell Leonard Besser, do Serviço Geológico do Brasil, que identificou raras rochas piroclásticas, fundamentais para comprovar sua existência. “O tufo de Tapalam oferece insights valiosos sobre a história vulcânica e os processos geodinâmicos ligados a erupções de alto volume, que tiveram um papel crucial na formação do passado da Terra”, afirma o geólogo.
Geologia na agricultura paranaense
A geologia é a ciência que investiga a composição, estrutura e processos da Terra, incluindo a formação de rochas e minerais. Mais do que desvendar o passado do planeta, ela molda o presente e o futuro, conectando ciência, sustentabilidade e desenvolvimento em setores fundamentais para a sociedade.
No setor energético, a geologia desempenha um papel crucial ao identificar recursos como petróleo, gás natural, lítio e materiais para baterias, entre outros. A transição para energias renováveis, como solar e eólica, também depende de estudos geológicos para localizar os materiais usados em painéis solares e turbinas. No Paraná, a geologia revelou reservas de ouro, prata, carvão e petróleo de xisto betuminoso, além de fontes de águas minerais.
Na agricultura paranaense, uma das mais produtivas do Brasil, a geologia é indispensável. Solos férteis, originados da decomposição de rochas vulcânicas, são ricos em minerais e sustentam culturas como café, cana-de-açúcar e grãos, promovendo práticas agrícolas sustentáveis e segurança alimentar.
Infraestrutura é outro setor impactado pela geologia. Análises geológicas são fundamentais antes de obras como pontes, barragens e rodovias, garantindo segurança e evitando riscos estruturais.
Por fim, a geologia tem papel estratégico na gestão de desastres naturais e também no turismo sustentável. Geossítios como as Cataratas do Iguaçu, formadas por erupções vulcânicas e cânions rochosos, exemplificam como o estudo da Terra conecta ciência, cultura e economia.
Sobre a Sociedade Brasileira de Geologia
Fundada em 27 de dezembro de 1945, a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) é uma entidade sem fins lucrativos voltada ao avanço das geociências no Brasil. Com caráter cultural e de utilidade pública, aplica seus recursos exclusivamente em ações que promovam sua missão.
A SBG tem como missão fomentar o conhecimento, a divulgação e o desenvolvimento das geociências, promovendo a gestão sustentável de recursos minerais, energéticos não renováveis e hídricos, baseada nos princípios de geoética e geoconservação seus principais objetivos incluem:
· Reunir profissionais e interessados na área de geociências;
· Organizar eventos periódicos, como o Congresso Brasileiro de Geologia, realizado a cada dois anos;
· Incentivar a educação, formação profissional e pesquisa contínua;
· Publicar e divulgar conteúdo técnico-científico e informativo;
· Colaborar com órgãos públicos e privados em questões ambientais e científicas;
· Defender a gestão sustentável dos recursos naturais e a relevância das geociências para a sociedade.
A SBG também promove intercâmbio técnico-científico, apoia a educação sobre o planeta e sua história, e se posiciona sobre políticas públicas ligadas às geociências, fortalecendo o papel da área no desenvolvimento sustentável do Brasil.
Mais informações e inscrições acesse as redes sociais:
Site: https://www.geominefoz.com.br/
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Email: inscricoes@alvoeventos.com.br
Contato: + 55 45 98802 3801
Edição por Julia Marques
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