PERMUTAS MULTILATERAIS SÃO USADAS PARA MOVIMENTAR ECONOMIA E TURISMO DURANTE CRISE

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Sócio-fundador da XporY.com, Rafael Barbosa

Em período de pouca movimentação de dinheiro por conta do novo coronavírus, empresários e profissionais liberais apostam em trocas multilaterais para movimentar estoque e manter serviços sem ociosidade

A pandemia do novo coronavírus afetou a economia mundial e, no Brasil, não foi diferente. O Ministério da Economia prevê uma queda de 4,5% do PIB em 2020 e um aumento de 3,13% da inflação, já sentida em alguns produtos da cesta básica dos brasileiros, como o arroz, que acumula alta acumulada de 65,63% ao longo do ano, segundo levantamento da Fecomércio-SP. Os dados da entidade paulista ainda destacam o impacto negativo no turismo, um dos setores mais afetados pela crise do novo coronavírus, que deixou de ganhar mais de R$ 41 bilhões desde o início da pandemia.

Diante desse cenário de dificuldades com menos dinheiro circulando, aumento de preços de produtos e serviços e queda na demanda de serviços, algumas soluções já praticadas desde a pré-história voltaram ao centro do debate. É o caso das permutas multilaterais, que permitem movimentar a economia sem o uso de dinheiro. Além disso, essa modalidade permite que as trocas não fiquem restritas a duas pessoas ou empresas, mas a uma rede de permutantes cadastrados em uma plataforma.

Segundo o sócio-proprietário da plataforma de permutas multilaterais XporY.com, Rafael Barbosa, o método de funcionamento é simples e dinâmico. “Imagine uma empresa de qualquer porte ou um profissional liberal com seu estoque parado ou seu serviço ocioso. Ele pode gratuitamente anunciar suas ofertas em uma plataforma de permutas para fechar negócios com os membros do sistema”, esclarece Barbosa, que ainda ressalta que após finalizar a transação, o permutante recebe pagamento em moeda digital da própria plataforma - no caso da XporY.com, a moeda se chama X$ -, o que permite adquirir qualquer outro produto ou serviço cadastrado na plataforma.

Durante o processo, não são cobradas taxas de cadastro ou manutenção do sistema, nem anuidades e nenhuma comissão sobre as vendas. A única cobrança é uma pequena taxa administrativa de 10% em Real sobre o valor da compra. “Uma das grandes vantagens desse modelo é que os participantes conseguem girar os estoques e a ocupação de serviços ao mesmo tempo em que conseguem créditos para adquirir qualquer oferta que possa ser útil para o próprio negócio ou até mesmo para despesas pessoais”, explica o sócio-proprietário da plataforma que é parceira do Guia do Turismo Brasil.

Exemplo

Imagine um proprietário de um hotel que não conseguiu ocupar todas as reservas disponíveis para o final de semana. Se ele não conseguir ocupar esse quarto disponível, ele não conseguirá recuperar o dinheiro que poderia ter ganho durante o final de semana. Para ocupar esse espaço ocioso, o proprietário pode cadastrar a oferta em uma plataforma de permutas e outra pessoa que tenha créditos pelo sistema e interesse em viajar poderá fechar negócio e ocupar a reserva que tinha o prazo de validade no final de semana.

“O negócio acaba sendo bom para todos os lados. O empresário, que ficaria com uma reserva ociosa, conquista um novo cliente sem gastos com publicidade, recebe pagamento em moeda virtual e poderá usar o crédito para adquirir produtos e serviços diversos para o seu empreendimento; e quem adquire as reservas conseguirá realizar o desejo de viajar sem gastar dinheiro para ficar no hotel”, esclarece Barbosa.

Outra vantagem é que, na medida em que se adquire itens para manutenção do negócio, como mobiliário e papelaria por meio de permutas digitais, o permutante acaba economizando dinheiro e pode investir o valor em Reais conquistados pelas vendas nos meios tradicionais em outras necessidades, como a folha de pagamento.