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SANTOS/SP, CIDADE CINEMATOGRÁFICA

Raquel Pellegrini, secretária-adjunta de Cultura de Santos, fala sobre como a cidade que se tornou polo de produção cinematográfica e qual o papel da Santos Film Commission nesse cenário.

Paula Medeiros

O cinema transforma vidas!” É com base nessa crença que o Departamento de Cinema da Secretaria de Cultura de Santos trabalha e pensa políticas públicas, afirmou Raquel Pellegrino, que chefia a área. “Trabalhamos para democratizar o acesso à cultura e fortalecer o selo de cidade criativa do cinema.” Assim, o município mantém seis salas públicas, sendo quatro em áreas de vulnerabilidade social e, duas dessas, em morros. O Cine Arte Posto 4, é um desses espaços públicos. “Pequeno e charmoso, com apenas 41 poltronas”, segundo Raquel, o lugar exibe diariamente há 31 anos, três sessões dedicadas a filmes de arte, cinema nacional e produções independentes.

O que impulsionou a cidade a se tornar um polo de produção cinematográfica foi uma iniciativa trazida de Barcelona, em 2005, pelo então prefeito, Paulo Alexandre Barbosa. Sua proposta foi criar aqui um órgão responsável por administrar, fiscalizar e viabilizar as produções audiovisuais, como havia conhecido na cidade catalã. Foi assim que nasceu a Santos Film Commission, que é coordenada há seis anos pela jornalista Maria Francisca Romão. “Nossa primeira função é atrair as pessoas para que venham trabalhar aqui. Nosso papel é fortalecer e apoiar produções nacionais e internacionais”, explica ela.

Desde que a Film Commission foi criada, há 17 anos, mais de 800 produções foram rodadas em Santos: 30 longas-metragem, 203 curtas, 47 videoclipes, 37 documentários, 23 séries de TV, sete novelas e 82 produções acadêmicas. A Film Commission ajuda a encontrar as melhores locações, busca autorizações junto ao poder público e oferece lista com prestadores de serviço que vivem na Baixada para facilitar o trabalho. “Queremos que a cidade seja vista no mundo todo.” Maria Francisca destaca a segurança para filmar e o respeito que a população tem com as produções: “Não tenho um único caso para contar de algo que tenha sido roubado, por exemplo”.

A Film Commission não ganha dinheiro, mas movimenta bilhões anualmente. “Essa cadeia produtiva é muito grande, e mexe com vários setores: hotéis, restaurantes, maquiadores, marceneiros, eletricistas, segurança, transporte, alimentação.” Raquel anunciou que em um ano será aberta a primeira escola pública de cinema da cidade, uma iniciativa erguida com dinheiro do governo do estado, que será gerida pela administração municipal. “Somos uma cidade criativa, mas esse selo não é da cidade, é das pessoas”, acredita.

Edição Rose Cecilia

Data de publicação desta Matéria 27-09-2022

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