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Embratur está no festival Aldeia Multiétnica, que acontece entre os dias 12 e 20 de julho, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O evento, patrocinado pela Agência, reúne indígenas de 18 etnias do Brasil, Canadá, Peru e Bolívia, que compartilham saberes e experiências durante oito dias. Na Aldeia, distante apenas 18 km da cidade de Alto Paraíso (GO), visitantes brasileiros e do exterior conhecem de perto a cultura desses povos e podem adquirir e levar para seus destinos o artesanato indígena. Além da participação dos indígenas, a comunidade Kalunga também expõe no evento seus produtos para a venda e consumo dos visitantes.
Para a coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Embratur, Tania Neres, a Aldeia Multiétnica é uma oportunidade de levar o etnoturismo além das fronteiras do Brasil.
“A Aldeia Multiétnica reúne um dos pilares da essência do turismo: a experiência. Aqui, as comunidades indígenas trazem aos visitantes a oportunidade de se conhecer os saberes, a gastronomia e toda a cultura de um povo. O evento representa a diversidade do brasileiro e mostra que a nossa matriz indígena é muito importante para a formação do nosso povo. E é isso que queremos que o mundo veja. Além disso, o evento faz a economia girar e oportuniza geração de renda para os indígenas e para a comunidade local da Chapada dos Veadeiros”, reforçou.
O criador e coordenador do evento, Juliano Basso, afirmou que a Aldeia Multiétnica, além de possibilitar a troca de experiências entre os indígenas, reforça lutas históricas.
“Há 16 anos reunimos esses povos de tradição indígena de todo o país possibilitando que visitantes do Brasil e do exterior possam olhar para esses povos de uma maneira mais próxima, se sensibilizando com suas culturas, com os modos de pensar, de fazer as coisas. A gente dá oportunidade para as pessoas não indígenas de conhecer os povos indígenas e também para que eles [povos] possam se conhecer, trocar experiências e fortalecer suas lutas históricas e políticas, para que a gente consiga avançar na causa indígena”, pontuou.
As etnias brasileiras presentes na Aldeia Multiétnicas são: Kariri Xocó (AL/DF), Xavante (MT), Kayapó Mebêngôkré (PA), Guarani Mbyá (SC), Krahô (TO), Povos do Alto Xingu (MT), Fulni-ô (PE), Panará (PA), Rikbaktsa (MT), Xucuru (PE), Ticuna (AM), Maxakali (MG), Baniwa (AM) e Marubo (AM). Do Canadá, as nações Huni Kuin Innu e Wolastoqiyik participam do evento. Do Peru e da Bolívia, os representantes são do povo Shipibo-Konibo e Aymara, respectivamente.
A socióloga e professora canadense Josiane Bono acompanha as nações do Canadá no evento. Para ela, é importante que os indígenas brasileiros e canadenses compartilhem experiências e suas histórias de colonização.
“A minha experiência de vir com esses povos é bem forte. É muito legal ver as conexões dos povos canadenses e brasileiros, as lutas são parecidas. É interessante ver como é fácil para eles compartilharem as experiências de seus povos, as histórias de colonizações dos dois países. Queremos voltar no próximo ano com mais representantes de povos indígenas canadenses”, declarou. A programação da Aldeia Multiétnica segue até o próximo sábado (20).
Edição Rose Cecilia
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