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Foto: Crédito Mario Daloia Osesp
O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Nesta semana, de quinta-feira (26/set) a sábado (28/set), a Osesp se apresenta com o regente chileno-italiano Paolo Bortolameolli. Atualmente maestro associado da Filarmônica de Los Angeles, ele é também diretor musical da Orquestra Sinfônica Nacional Esperanza Azteca (México) e principal maestro convidado da Filarmônica de Santiago, no Chile.
Bortolameolli comandará um programa recheado de peças latino-americanas: a Suíte para orquestra, de Gabriela Ortiz; Estallido, de Miguel Farías; e Reisado do Pastoreio: Batuque, de Lorenzo Fernandez. Inspirada em ritmos da região caribenha, Abertura Cubana, do norte-americano George Gershwin, completa o repertório, que conta ainda com a Sinfonia nº 7, do tcheco Antonín Dvorák. Vale lembrar que o concerto de sexta-feira (27/set) será transmitido ao vivo no canal da Osesp no YouTube, às 20h30.
E, no domingo (29/set), grupos de câmara formados por integrantes da Osesp e do Coro da Osesp tocam obras do compositor Franz Schubert. A apresentação faz parte do Festival Schubert, um dos eixos artísticos da Temporada 2024. O repertório inclui, entre outras obras, o Octeto em Fá, a maior obra de câmara do compositor austríaco, que tem seis movimentos e mais de uma hora de duração. Os ingressos para os dois programas podem ser adquiridos neste link
Sobre o programa
A Sinfonia nº 7, de Antonín Dvorák (1841-1904), foi composta por encomenda da Royal Philharmonic Society e estreou em 1885, em Londres, sob a regência do compositor. Sucesso de público e de crítica, a obra consolidou a carreira internacional de Dvorák e é a mais dramática e austera dentre suas nove sinfonias. Ela demonstra o domínio da orquestração e da forma clássica pelo compositor checo, aliadas a uma música intensamente expressiva e cheia de contrastes, que o coloca ao lado dos maiores sinfonistas pós-Beethoven, como Schubert e Brahms.
A Abertura Cubana, do norte-americano George Gershwin (1898-1937), foi inspirada por uma viagem do compositor à Havana, onde ele se encantou com as danças e ritmos locais. Em uma carta a um amigo, Gershwin descreve como a homenageado recebida por um grupo de rumba o motivou a criar uma peça que mescla ritmos afro-cubanos com suas próprias ideias. Sua orquestração inclui instrumentos percussivos como claves, maracas, guiros e bongôs, que devem ser tocados por músicos posicionados “à direita do maestro”.
A suíte orquestral Hominum [Humanidade], da compositora mexicana Gabriela Ortiz (1964-) usa da sinestesia para criar uma metáfora sonora entre determinadas cores e estados da matéria para abordar preocupações sociais. Escrita em 2016, a peça é dividida em quatro movimentos – “Negro”, “Luz”, “Na água” e “Vermelho” –, “cujos títulos aludem às misteriosas associações criativas da música através de uma série de características que representam a nossa existência como sociedade”, como escreveu o compositor (e flautista) Alejandro Escuer.
Estallido [Estouro] foi escrita em 2019 pelo chileno Miguel Farías (1983-), ao mesmo tempo em que protestos civis tomavam conta da capital Santiago de Chile. “Não me agrada a música como propaganda política, mas sim a reflexão musical que determinado contexto político pode acarretar”, afirmou o compositor na ocasião. Partindo desta ideia extramusical, Estallido transmite bem a atmosfera nas ruas da capital chilena naquele período. É uma peça enérgica, cheia de ritmo, em que pequenas ideias musicais vão circulando pelos naipes da orquestra, aumentando a tensão sonora.
Reisado do Pastoreio, do carioca Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), estreou no Rio de Janeiro em 1929. É composta de três movimentos: “Reisado” (que faz referência às festas juninas nordestinas), “Toada” e “Batuque”. Na partitura o compositor escreveu, sobre o último deles: “Noite alta. Do fundo do bosque ouve-se um ritmo surdo de dança. É o batuque selvagem dos negros, que em formidável crescendo leva ao paroxismo”. O Batuque representaria o processo de revificação do boi, simbolizando a vitória da Vida sobre a Morte, do escravo oprimido sobre o branco opressor.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. Possui quase 100 álbuns gravados (cerca de metade deles por seu próprio selo, com distribuição gratuita) e transmite ao vivo mais de 60 concertos por ano, além de conteúdos especiais sobre a música de concerto. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.
Foto: Crédito Beatriz de Paula. Osesp em concerto na Sala São Paulo
Paolo Bortolameolli regente
Diretor Musical da Sinfônica Nacional Juvenil (Chile), da Sinfônica Azteca (México), Principal Maestro Convidado da Filarmônica de Santiago e Regente Associado da Filarmônica de Los Angeles. Já regeu orquestras como a Sinfônica Simón Bolívar (Venezuela), as Filarmônicas de Los Angeles e de Buenos Aires e as Sinfônicas de Kansas City, Houston e São Francisco. É um convidado regular da Sinfônica Nacional da Rádio Polonesa, da Orquestra Haydn (Bolzano), da Filarmônica de Helsinque e a Orchestra della Toscana (Florença). Na Temporada 2023-2024 com a Filarmônica de Los Angeles, regeu concertos no Hollywood Bowl e no Walt Disney Concert Hall. Junto à Sinfônica Azteca, lidera uma residência educacional organizada anualmente pela Fundación Azteca do Grupo Salinas, no México, desenvolvendo iniciativas educacionais como a “Esperanza Azteca” no México. Em 2018, foi palestrante convidado em um TED Talk em Nova York, e em 2020 lançou seu primeiro livro: Rubato: procesos musicales y una playlist personal.
PROGRAMA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP
PAOLO BORTOLAMEOLLI regente
Antonín DVORÁK | Sinfonia nº 7 em ré menor, Op. 70
George GERSHWIN | Abertura Cubana
Gabriela ORTIZ | Hominum – Suíte para orquestra
Miguel FARÍAS | Estallido
Lorenzo FERNANDEZ | Reisado do Pastoreio: Batuque
FESTIVAL SCHUBERT
FABIANA PORTAS mezzo soprano
LUIZ GUIMARÃES tenor
JOÃO VITOR LADEIRA barítono
FERNANDO TOMIMURA piano
Franz SCHUBERT
Die Forelle [A Truta], D 550
Der Tod und das Mädchen [A morte e a donzela], D 531
Der Wanderer [O Andarilho], D 489
Gretchen am Spinnrade [Gretchen ao tear]
Die Freunde von Salamanka [Os amigos de Salamanka]
CÉSAR A. MIRANDA violino
LEANDRO DIAS violino
EDERSON FERNANDES viola
DOUGLAS KIER violoncelo
ALEXANDRE ROSA contrabaixo
SÉRGIO BURGANI clarinete
ALEXANDRE SILVÉRIO fagote
NIKOLAY GENOV trompa
Franz SCHUBERT | Octeto em Fá maior, D 803
SERVIÇO
26 de setembro, quinta-feira, 20h30
27 de setembro, sexta-feira, 20h30 — Concerto Digital
28 de setembro, sábado, 16h30
29 de setembro, domingo, 18h00 [Festival Schubert]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271 [Osesp]; e entre R$ 39,60 e R$ 132,00 [Festival Schubert] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 20,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
Edição por Rose Cecilia
Data de publicação desta Matéria 24-09-2024 Regulamento das NotíciasContatos
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