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ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA REÚNE 1 MILHÃO DE FOLIÕES COM DISCURSO A FAVOR DA RESISTÊNCIA


Multidão no desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta - Créditos Flávio Florido.
Em mais um desfile histórico e ativista, o Bloco reuniu uma multidão nas ruas do centro da cidade com o tema "Viva a Resistência"; A cantora Elza Soares, que fez pocket-show na sacada de um prédio na Rua da Consolação, emocionou o público com suas canções e teve sua imagem de 870m2 em uma empena na Rua da Consolação sendo finalizada durante o desfile. Já a rainha do bloco Alessandra Negrini chegou ao cortejo junto com Sonia Guajajara e outras lideranças indígenas.

Uma multidão esteve presente no desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta realizado neste domingo, 16 de fevereiro, na Rua da Consolação. O bloco, considerado o maior da cidade, emocionou os foliões com o tema "Viva a Resistência" e ao longo de 4hs de percurso, contou com a presença de grandes personalidades da música brasileira como Elza Soares, grande homenageada da noite, Nação Zumbi, Fafá de Belém, Preta Ferreira, Emanuelle Araújo, Ana Cañas, Davi Moraes e muitos outros.

Em seu 11° desfile, o Acadêmicos do Baixo Augusta ocupou a Rua da Consolação até o centro da cidade com três trios. A banda do Acadêmicos do Baixo Augusta, comandada pelo cantor Simoninha, contou com a participação de artistas como Mariana Aydar e a madrinha do bloco Tulipa Ruiz. Marcelo Rubens Paiva, Dira Paes, Bruno Mazzeo e Júlio Andrade também marcaram presença no desfile.

Durante apresentação da Banda Nação Zumbi no show de encerramento, artistas circenses da CIA BASE proporcionaram mais cor, alegria e leveza ao desfile com performances verticais em frente a sede da Casa do Baixo Augusta.

Festival de Pré-Carnaval
O desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta marca o fim do pré-carnaval paulistano. Entre os dias 19 de janeiro e 09 de fevereiro, o bloco organizou uma intensa programação carnavalesca no "Festival do Baixo Augusta", que reuniu festas na Casa do Baixo Augusta e ensaios aberto ao público na Ocupação Nove de Julho e no espaço Superlounge, localizado embaixo do viaduto 25 de março.

O desfile
A concentração começou às 14h com discotecagem de Tatá Aeroplano, parceiro do bloco desde a fundação. A tradicional contagem regressiva para o cortejo foi entoada pelos ministros do Acadêmicos do Baixo Augusta. Já às 16 horas, o hino do bloco "Apavora, mas não Assusta", foi puxado pelo vocalista Simoninha ao lado de Patricia Secchis e da banda do Acadêmicos do Baixo Augusta.

A grande surpresa do desfile ficou por conta da aparição de Elza Soares. Simoninha, afilhado da cantora, foi o responsável por chamá-la para cantar no desfile e do alto da sacada de um prédio na Rua da Consolação, a musa do samba foi recebida sob aplausos e gritos eufóricos dos foliões. Considerada um dos maiores símbolos da resistência do Brasil, Elza também aproveitou para deixar o seu recado: "Brinquem à vontade. Não é não!". Minutos antes da aparição da cantora, foi revelada aos foliões a empena do ano, ainda em processo de finalização, uma imagem de 870m2 metros de Elza Soares, feita por Frâncio de Holanda, fotógrafo e um dos fundadores do bloco.

O encerramento do bloco aconteceu com a participação da banda pernambucana Nação Zumbi. Representante do mangue beat e uma das principais bandas brasileiras, Jorge Du Peixe, Lúcio Maia e Dengue fizeram o público cantar e pular ao som de sucessos como "A Praieira" e "Manguetown".

A Rainha Alessandra Negrini
Ativista em seu DNA, o bloco Baixo Augusta levou para as ruas de São Paulo, alegria, festa, músicas das boas e protesto, claro! Neste ano, Elza Soares foi a grande homenageada pelos foliões. E não foi só isso. O Baixo Augusta também jogou luz à luta do povo indígena. Afinal, quando se fala em resistência no Brasil, não tem como não falar dos povos originários, que estão há 520 anos nos dando exemplo de resistência e de movimento.

"O povo indígena mantém suas línguas, seus rituais, seus grafismos, seus valores e suas tradições conservadas em meio a tanta violência e injustiça sofrida por eles em seu próprio território", conforme explicam Célia Xakriaba, liderança indígena do povo Xakriaba, e Benício Pitaguary, artista plástico indígena do povo Pitaguary.

Como em todos os anos, o figurino da rainha do Baixo Augusta, Alessandra Negrini foi um manifesto. "Esse ano a questão indígena está no centro das resistências. Estamos vendo nossos povos originários sendo violentamente atacados, suas terras invadidas, suas vidas ceifadas , suas culturas ameaçadas. Queremos, com o nosso carnaval, colaborar com o fortalecimento das vozes do movimento indígena, ampliando cada vez mais a visibilidade dessa luta", esclarece Alessandra.

Conforme esclarecem Pitaguary e Célia: "Cada vez mais precisamos fortalecer a voz dos povos indígenas, que tem suas lutas apagadas e silenciadas em função do agronegócio, mineradoras, garimpo ilegal, grileiros, madeireiras e etc.Lideranças indígenas estão sendo atacadas e assassinadas por defenderem o seu povo e seus territórios, por defenderem a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica e todos os biomas, por defenderem seus direitos garantidos na constituição, por defenderem seus direitos á demarcação de terras, educação e saúde, por defenderem a vida. Precisamos dar um basta a essa série de violências e violações de direitos contra os povos indígenas. Por isso é urgente que o carnaval também politize a questão das lutas indígenas".

A atriz venho acompanhada de importantes lideranças e artistas indígenas, como Sônia Guajajara, Célia Xakriaba, Benício Pitaguary, Sonia Guarani, e Lucimara Xokleng.

Alessandra foi pintada pelo artista plástico indígena Benicio Pitaguary que a acompanhou no desfile. A atriz vestiu maiô Lele Barbiere, Coroa Casa Vasconcelos e quem assinou o styling foi Flavia Brunetti.

Sobre o Acadêmicos do Baixo Augusta
O Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta foi fundado em 2009 por uma turma de amigos que reunia moradores e entusiastas do bairro para celebrar sua diversidade e revitalização enquanto território livre para manifestações culturais alternativas e para a boemia. A história do Bloco se confunde com o processo de retomada do carnaval de rua da cidade. Com uma postura ativista diante da necessidade de lutar pelo direito ao lazer e ocupação das ruas, o Acadêmicos do Baixo Augusta se tornou o maior Bloco de carnaval de São Paulo com mais de 1 milhão de pessoas em seus desfiles. Para assegurar seu caráter público, gratuito e democrático, a brincadeira de amigos foi oficializada com a criação da Associação Cultural Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, ONG sem fins lucrativos que tem como missão promover a cultura, desenvolver e apoiar iniciativas de ocupação gratuita das ruas e de transformação da cidade.


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Edição Rose Cecilia
Data de publicação desta Matéria 17-02-2020
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