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Programa inclui obras de dois nomes do Leste Europeu, Bedrich Smetana e Béla Bartók – a deste último terá participação da mezzo soprano Karen Cargill e do barítono David Stout; performance de sexta-feira (07/abr) será transmitida ao vivo no canal de YouTube da Osesp
Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras na Sala São Paulo, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp se apresenta novamente com o maestro britânico Sir Richard Armstrong entre quinta-feira (06/abr) e sábado (08/abr). Os solistas Karen Cargill (mezzo soprano) e David Stout (barítono), ambos britânicos, são os convidados no programa desta semana, que reúne composições de dois artistas do Leste Europeu: Minha Pátria: Vysehrad, do tcheco Bedrich Smetana, e a impressionante O Castelo de Barba Azul, do húngaro Béla Bartók – esta com participação dos cantores solistas. Lembrando que a performance de sexta-feira (07/abr), às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Quando a harpa, abrindo o ciclo Má Vlast, apresenta o primeiro tema, já sabemos que estamos diante de algo realmente grandioso. Quatro dos seis poemas sinfônicos que configuram Minha Pátria foram compostos por Bedrich Smetana (1824-1884) quando a surdez já o atingira (a partir de 1874) – o que só engrandece a figura desse que foi o fundador da escola nacionalista tcheca, sucedido por Dvorák (1841-1904) e, mais tarde, por Josef Suk (1874-1935), entre outros. Smetana concebera, inicialmente, uma obra sobre o curso do rio Moldava, Vltava, o segundo poema sinfônico do conjunto. Compôs, em seguida, Vysehrad (nome de uma lendária cidadela real na entrada de Praga), a peça que abre o ciclo, e, mais adiante, outras cinco, até reunir os seis poemas sinfônicos – Sárka (uma espécie de amazona tcheca), Dos Prados e Bosques da Boêmia, Tábor (o local de um acampamento de hussitas ) e Blaník (nome de uma montanha na República Tcheca). A vocação de Minha Pátria é, assim, dar conta dos diversos aspectos históricos, culturais, sociais e naturais que são considerados os mais relevantes daquele país.
A história de Barba Azul já havia sido transformada em ópera por Paul Dukas em 1907, tendo como ponto de partida a peça Ariadne e Barba Azul, de Maurice Maeterlinck. Três anos depois, o dramaturgo húngaro Béla Balázs publicou o seu Castelo do Duque Barba Azul, também baseado na obra de Maeterlinck, com uma dedicatória conjunta do texto a Bartók e Kodály, de quem esperava o interesse para que criasse uma ópera. Mas foi Bartók, que apreciava a obra de Dukas, quem resolveu usar o texto de Balázs para compor seu O Castelo de Barba Azul de fevereiro a setembro de 1911. A ideia era inscrevê-la em um concurso organizado pela Ópera de Budapeste com o intuito de se aproximar do público, já que a ópera era um gênero muito popular na época. No entanto, o resultado final, bem distante das convenções do teatro lírico da época, desagradou aos jurados conservadores, que recusaram a obra, declarando que ela seria “irrepresentável”. A estreia da obra ocorreu em 24 de maio de 1918, em Budapeste, sob regência do maestro italiano Egisto Tango, mas as resenhas não foram favoráveis. O amigo Kodály foi um dos poucos a perceber como os críticos estavam errados: “Trata-se de uma obra-prima, um vulcão musical em erupção durante 60 minutos de tragédia condensada e que nos deixa com apenas um desejo, que é ouvi-la de novo”.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Fundada em 1954, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Thierry Fischer tornou-se Diretor Musical e Regente Titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Em 2016, a Orquestra esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê na China. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira. Em outubro de 2022, a Osesp estreou no Carnegie Hall, em Nova York, realizando dois programas – o primeiro como convidada da série oficial de assinaturas da casa, o segundo com o elogiado projeto Floresta Villa-Lobos.
Sir Richard Armstrong
Nascido em Leicester, no Reino Unido, em 1943, Sir Richard Armstrong foi diretor musical da Ópera Nacional do País de Gales entre 1973 e 1986 e diretor musical da Ópera Escocesa, entre 1993 e 2005. Ao longo da carreira, desenvolveu extenso trabalho com o repertório operístico, com atenção especial às obras de Giuseppe Verdi, Richard Wagner, Richard Strauss e Leos Janácek. Apresenta-se regularmente no Festival Internacional de Edimburgo e na Ópera Nacional Inglesa. Esteve à frente de orquestras como a Filarmônica de Londres, a Philharmonia (Londres), a Sinfônica da BBC, a Sinfônica Alemã de Berlim e a Sinfônica de Melbourne, sem falar na Osesp e na Orquestra do Festival de Campos do Jordão. Em 1997, foi nomeado regente do ano pela Royal Philarmonic Society e condecorado cavaleiro pela coroa britânica.
Karen Cargill
Uma das mais renomadas cantoras de sua geração, vencedora do Prêmio Kathleen Ferrier em 2022, a escocesa Karen Cargill foi indicada ao Grammy por sua atuação em Diálogos dos Carmelitas, de Poulenc, junto à Metropolitan Opera. Recebeu em 2018 o título de Doutora Honoris Causa pelo Conservatório Real da Escócia. Recentemente se apresentou na Royal Opera House (Londres), na Ópera Alemã de Berlim, no BBC Proms e com a Sinfônica de Montreal e a Filarmônica de Londres. A mezzo soprano é célebre por suas interpretações de Wagner, como as personagens Erda e Fricka nas óperas O Ouro do Reno e Siegfried, Brangane em Tristão e Isolda, Waltraute em O Crepúsculo dos Deuses e Magdalena em Os Mestres Cantores de Nuremberg. É patrona do Coro Nacional de Garotas da Escócia (NYCOS).
David Stout
Por sua versatilidade vocal, carisma no palco e refinada atuação, David Stout é hoje considerado um dos mais destacados barítonos do Reino Unido. Na Temporada 2022-23 interpreta Baron Joroslav Prus em O Caso Makropulos, de Janácek, junto à Ópera Nacional Galesa, Kurwenal em Tristão e Isolda, para a Grange Park Opera, além de atuar junto à Orquestra Filarmônica de Oxford na Paixão Segundo São Mateus, de Bach. Já se apresentou em óperas como Jenufa, de Janácek (Royal Opera House), Figaro Se Divorcia, de Elena Langer (Teatro Magdeburg), Don Quixote, de Massenet (Staatstheater Darmstadt), Falstaff, de Verdi (Grange Park Opera), Nixon na China, de John Adams (Ópera Escocesa) e O Barbeiro de Sevilha (Ópera de Oslo). Suas recentes gravações incluem participações junto a Orquestra Nacional da BBC do País de Gales.
PROGRAMAS
TEMPORADA OSESP: SIR RICHARD ARMSTRONG, KAREN CARGILL E DAVID STOUT
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SIR RICHARD ARMSTRONG regente
KAREN CARGILL mezzo soprano
DAVID STOUT barítono
Bedrich SMETANA | Minha Pátria: Vysehrad
Béla BARTÓK | O Castelo de Barba Azul, Op.11
SERVIÇO06 de abril, quinta, às 20h30
07 de abril, sexta, às 20h30 – Concerto Digital
08 de abril, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 258,00 (preços inteiros)
Bilheteria (INTI): Neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.* Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Sala São Paulo é um equipamento do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, gerenciada pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
Edição Rose Cecilia
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