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A Convenção Anual da Blue Tree Hotels começou na quarta-feira, 10, no Blue Tree Premium Morumbi, na capital paulista. É a primeira vez que o evento tem três dias de duração. Com o tema “Onde a excelência, inovação e resultado se encontram”, o primeiro dia contou com 120 participantes e teve a apresentação de estratégias, pontos fortes da rede, gestão de resultados, raízes japonesas e inovação.
Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels, participou da abertura do encontro, entrando com uma tocha nas mãos em referência às Olimpíadas de Paris, e reforçou a importância das conexões. “Nosso objetivo é criar laços e relacionamentos. Estou muito feliz em ver a sala cheia e serão dias de muito aprendizado e compartilhamento de experiências”, destacou.
Felipe Nashimura, diretor geral da Blue Tree Hotels, trouxe alinhamentos estratégicos para garantir e elevar os pontos fortes nos empreendimentos. “A inovação é um caminho que devemos adotar, além de favorecer a identidade organizacional e raízes da alma Blue Tree para gerar oportunidades de desenvolvimento, promover a hospitalidade brasileira e aumentar o padrão de serviços nacional. Vamos seguir o nosso DNA do bem-receber, bem-servir e bem-cuidar”, enfatizou.
Ao longo do encontro, Chieko Aoki mencionou a sua chegada no Brasil e o termo japonês Ikigai, que significa razão de viver. “Queremos que todos se desenvolvam e estejam satisfeitos com a profissão. Tem uma palavra japonesa chamada Ikigai, que utilizo tanto na vida pessoal, como na profissional. A minha razão de viver é uma responsabilidade que, por acaso, assumi desde nova, porque meus pais eram imigrantes japoneses e não sabiam português. Eu tive que aprender rápido um novo idioma. Encontrei muita alegria em ajudar a cuidar das pessoas. Esse é o meu propósito de vida: servir”, comentou.
A convenção anual da Blue Tree reuniu convidados VIPs de grandes empresas e da imprensa para um sofisticado almoço com culinária japonesa. O evento destacou-se pela parceria com a R1 Eventos, responsável pela cenografia que não apenas transmitiu a mensagem central do encontro, mas também seguiu princípios ecológicos, evidenciando o compromisso com a sustentabilidade.
Como foi 2023 e como serão os próximos anos?
No ano passado, os hotéis implementaram de maneira positiva os valores de bem-receber e conquistaram um bom relacionamento com os investidores.
Felipe mostrou as mudanças do setor e o novo modelo de liderança com administração por meio da competência comprovada. “O trabalho não é mais o mesmo. O caminho recomendo é a administração dos pontos fortes. Hoje, todo mundo tem que adquirir novos conhecimentos constantemente. É importante garantir e elevar as características do gestor. Então, se apropriem, critiquem e olhem para diferentes situações”, disse.
Liderança
Mariana Prado e Tathi Costa, da Bridge You, mostraram uma análise da gestão nas unidades. Atualmente, a rede tem 49 líderes que promovem 164 talentos com domínios de crença, disciplina, foco, imparcialidade, organização, prudência, realização, responsabilidade e restauração. As palestrantes apresentaram quatro aspectos mais importantes da função de um gestor, sendo eles: identificar talentos, desenvolver pessoas, engajar e orientar desempenho.
Essência da marca
No segundo bloco, Chieko Aoki evidenciou quatro itens para fortalecer as atitudes do hoteleiro, sendo eles: atendimento personalizado por meio da empatia, prestatividade e proatividade; inovação constante com novas formas de encantar com diferenciação nos apartamentos e experiências exclusivas; qualidade e conforto para manter alto padrão de excelência; e sustentabilidade com práticas em prol do meio ambiente.
A empresária apresentou ainda as novas tendências do luxo ou quiet luxury, conhecido como luxo silencioso, que, diferente de como era no passado, tornou-se padrão mínimo de qualidade dentro dos estabelecimentos. “Muitas atividades que eram especiais agora são básicas. Hotéis padrões upper mid e luxo têm desafios maiores do que antes. Precisamos nos diferenciar ainda mais. Acredito que os colaboradores devem ser exigentes e oferecer o melhor de si para o outro”, ressaltou.
Arquitetura: conexão com a alma e propósito do hotel
Com temas de luxo, tecnologia, biofilia e acolhimento com ambiente revitalizante, fitness, wellness & recovery com a proposta de conexão por meio do lifestyle, a arquiteta Cristina Wakamatsu levou insights de hotéis internacionais como referência para os gerentes. “O hotel tem que ter alma, ir além do design. Ele precisa de identidade e personalidade”, comentou.
Para alcançar essa “alma” ela destacou que é necessário alinhar o propósito do estabelecimento com a arquitetura, paisagismo, lightning áudio e visual, além da hospitalidade e serviços. “Por exemplo, o lobby é o primeiro contato com a identidade do empreendimento e conforme os anos se passaram, se tornou mais convidativo e proporcionou uma interação entre as pessoas com um senso de comunidade e conexões”, complementou.
A era das experiências e olhar para o futuro
O destaque do evento foi Carlos Ferreirinha, fundador da MCF Consultoria, que apresentou reflexões estratégicas com base no comprometimento, disciplina e empoderamento de equipe. O empresário exibiu a análise sobre o mercado que sofisticou seus serviços, elevou o atendimento e alavancou a identidade olfativa. “Atender bem é o mínimo que devemos fazer. As pessoas têm sido impactadas por um atendimento diferenciado na cafeteria, se surpreendem por alguém na farmácia, levam um susto de receptividade na loja de conveniência do posto de gasolina. Quando chegam à rede Blue Tree, a expectativa subiu. O hóspede não está mais exigente, mas a farmácia subiu de degrau”, comentou.
Ferreirinha apontou que antes o planejamento a longo prazo trazia análises complexas, mas as marcas não previram o que aconteceu nos últimos cinco anos. “Nenhuma empresa pensou em uma pandemia ou guerra na Ucrânia e Israel e até mesmo que os Estados Unidos estariam na sua pior da taxa de inflação desde a década de 1940, ou que a Inglaterra, país entre as cinco maiores economias globais, estaria em recessão neste ano. Ao invés de fazer a pergunta tradicional: ‘o que vem no futuro?’, alterei para ‘o que o futuro espera de nós?’ Independentemente do que está vindo aí, como serão nossas atitudes, observações, percepções e habilidades?”.
Para ele, o desafio atual não é apenas tentar prever o futuro, mas sim estar aberto a reagir rápido e aproveitar as janelas de oportunidades. Outro destaque do bate-papo foi o apagão da mão de obra e a dificuldade de contratar pessoas qualificadas, além de incentivar líderes inspiradores para fortalecer a equipe.
O palestrante falou ainda que a intensidade da Inteligência Artificial será mais impactante do que foi a Revolução Industrial. “Isso mudará as dinâmicas empresariais e demandará de nós um ritmo diferente. Na perspectiva da hospitalidade, a IA será revolucionária. Imagine o que podemos fazer com tantas informações? Os dados são o novo petróleo. Entender mais os hóspedes, principalmente os recorrentes, será fundamental”, complementou.
A importância da saúde mental foi outro tema levantado por ele. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos próximos anos, a depressão se tornará a doença mais comum, afetando mais pessoas do que o câncer e enfermidades cardíacas. “Em breve, estaremos no epicentro em que as pessoas morrerão por tristeza, angústia e burnout. Precisamos cuidar do próximo. Devemos aumentar os nossos códigos que estimulam as sensações. Nenhuma IA conseguirá falar com o coração”, destacou.
O futuro espera que os profissionais sejam “tradutores simultâneos” e que as empresas implementem o valor agregado, a relevância do “made in Brazil”, segundo o especialista. “Já que a Blue Tree Hotels é uma rede brasileira,ela deve promover o produto nacional, revitalizando o “localismo”, fortalecendo os produtores regionais, incentivando conceitos de Environmental, Social, and Governance (ESG) e fazendo com que a excelência seja diferencial competitivo por meio da espontaneidade, naturalidade e alma como ‘tempero’ do atendimento”.
O discurso de Ferreirinha mostrou a mudança do luxo, que passa a ser considerado inspiração, prestígio e diferenciação. Após apontar as quatro principais características da gestão na hotelaria (1 - ter clareza nos elementos de escassez e destacar suas singularidades quanto rede; 2 - ser obcecado com autenticidade e originalidade; 3 - valorizar o legado e DNA; e 4 - desenvolver relacionamentos), foram gerados os quatro “Es” para um bom relacionamento: emoção, exclusividade, engajamento e experiências. Ele concluiu sua apresentação destacando os oito pilares para um relacionamento, sendo eles: paciência, empatia, conexão, emoção, personalização, contar histórias, protagonistas e exclusividade.
Painel
Para encerrar o primeiro dia da convenção, a Blue Tree Hotels montou o painel com a participação de Maria Rosa Leroy, diretora de operações; Vinicius Clímaco, gerente de novos negócios; e os diretores de hospitalidade regionais Jackeline Bezerra, Claudia Candido, Bruno Loreto e Lucas Taets. No bate-papo foram apresentadas as experiências da alma Blue Tree que transcendem o profissional, relatos sobre cases inspiradores de colaboradores, criação do espírito coletivo e o fortalecimento dos laços entre as pessoas.
O evento contou com a R1 Produções como patrocinador master, além de marcas como Contato Impresso Cards como Gold, e o apoio do Blue Tree Transatlântico Convention Center, Business Factory, Colortel, First Group, Harus, LGM, Noah Gastronomia, Prime Geradores, Tork, Scenty e Shift.
Edição Rose Cecilia
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